Correio Central
Voltar Notícia publicada em 25/11/2015

Casa de Detenção de Ouro Preto poderá sofrer uma interdição

Nos últimos meses os agentes penitenciários impediram a entrada de 130 celulares, entorpecente como maconha, cocaína e crack que são arremessados para dentro da Casa de Detenção, além de 10 garrafas de cachaça, 29 “chuços”.

Não está descartado o pedido de interdição na Casa de Detenção de Ouro Preto do Oeste pela Vara de Execuções Penais da comarca, caso não sejam providenciados obras na casa prisional localizada na área urbana da cidade, que está literalmente caindo aos pedaços.


O juiz da Vara Criminal Haruo Mizusaki, que é também o corregedor da Casa de Detenção, disse que tem tentado colaborar pelo menos na regularidade da manutenção da estrutura da unidade prisional, encaminhando recursos para pequenas reformas em benefício dos presos e dos agentes. O magistrado afirmou que já solicitou a Secretaria de Justiça do Estado de Rondônia (Sejus) recursos para reformas, mas até o momento nenhum centavo foi destinado. 

 

Na condição de corregedor da unidade prisional, através de ofício o juiz criminal pode pedir a interdição do local, o que será uma medida extrema que não é a solução para o Estado de um modo geral. Todavia, se não houver uma ação da Sejus, a interdição é inevitável. “Eu sempre fui um pouquinho resistente na interdição, mas se for à medida extrema, ela será tomada sim, se caso o estado não implementar pelo menos as modificações, as reformas necessárias para a segurança não só dos presos como dos agentes penitenciários, que eu sei que muito deles sofrem ameaças”.


Nos últimos meses os agentes penitenciários impediram a entrada de 130 celulares, entorpecente como maconha, cocaína e crack que são arremessados para dentro da Casa de Detenção, e são recolhidos no pátio dos pavilhões. Em vistoria de surpresa, foram recolhidas 10 garrafas de cachaça, 29 “chuços”, que são armas artesanais pontiagudas, além de acessórios e kits para celulares.


Um advogado que milita a serviço de presidiários revelou que um celular dentro do presídio era comercializado por R$ 700,00, mas hoje devido às dificuldades de conseguir entrar com o aparelho pode custar até R$ 3.000,00.  Ainda assim, as tentativas de lançar celulares não cessam, e oito mulheres foram detidas nesse período com drogas nas partes íntimas.   

 

A maioria dos agentes penitenciários relata que não há fuga em massa na Casa de Detenção porque os detentos embora estejam em condições insalubres, não promovem motim de fuga. As grades estão enferrujadas e apodrecidas, as paredes de acesso aos fundos da Casa de Detenção são remendadas por buracos causados por detentos, e parece um “queijo suíço”.

 

Fonte: www.correiocentral.com.br


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