Correio Central
Voltar Notícia publicada em 22/07/2016

Região de Ouro Preto tem apenas um delegado para cobrir cinco municípios

Um delegado sozinho para cinco municípios não consegue dar andamento nos inquéritos e investigar crimes com cinco agentes e dois escrivães é humanamente impossível.

Edmilson Rodrigues - Os assaltos a mão armada voltaram a ocorrer na região de Ouro Preto do Oeste, nas cidades e no setor rural, e para facilitar a vida dos criminosos existe a falta de delegados, escrivães e policiais civis para investigar os crimes e localizar os infratores da lei. A equipe da Polícia Civil disponível em Ouro Preto do Oeste é insuficiente para realizar o papel de polícia judiciária, responsável pela investigação que identifica e prende os criminosos. “Aqui está se tornando a “delegacia de flagrantes”, disse um agente.


Atualmente, o delegado Roberto dos Santos da Silva é responsável pela Delegacia Civil de Ouro Preto do Oeste, e o único encarregado de dar andamento as ocorrências gerais da delegacia de Mirante da Serra, e as ocorrências registradas nos municípios de Nova União, Vale do Paraíso, Teixeirópolis e dos distritos de Rondominas,Santa Rosa e Cedro Rosa. São cinco agentes no Sevic (Serviço de Investigação) e dois escrivães para investigar todos os crimes que acontecem nesses municípios. Seriam necessários ao menos 15 agentes e seis escrivães, considerando que na região são registradas em torno de seis mil ocorrências por ano.


Com a saída do delegado Ícaro Alex Soares Bezerra, que pediu afastamento da função, e do delegado Júlio Cesar de Souza Ferreira, que está cobrindo a ausência do delegado titular de Alvorada d’Oeste, é humanamente impossível para o delegado Roberto dos Santos dar andamento aos inquéritos, contando com cinco investigadores para realizar todos os procedimentos policiais.


Há dois meses, na manhã de 20 de maio uma força tarefa com mais de 50 agentes da Polícia Civil entre delegados e policiais e apoio aéreo, prendeu mais de 20 pessoas envolvidas em assaltos, furtos e tráfico na região; a operação denominada Leviatã foi fruto de um trabalho de meses da equipe coordenada pelos delegados Roberto dos Santos e Júlio Cesar. Entretanto, na semana passada, os crimes de assaltos e furtos voltaram a acontecer em postos de combustíveis, farmácias, e outros estabelecimentos de Ouro Preto, Mirante da Serra e em Vale do Paraíso. Na zona rural dessas cidades o índice de assaltos é gritante.


A falta de delegados, de escrivães e de agentes impede que a polícia dê andamento aos inquéritos de acusados presos, expira o tempo de prisões preventivas e os criminosos são soltos. Nesta semana, um dos presos na operação Leviatã, acusado de tráfico de drogas, organização criminosa e porte ilegal de arma de fogo foi liberado da Casa de Detenção de Ouro Preto porque venceram duas prisões preventivas dele (60 dias) sem que o inquérito fosse concluído, e o juiz teve que revogar a prisão.

 

AUMENTO DA CRIMINALIDADE

  

Durante os meses de julho e agosto a criminalidade aumenta na região de Ouro Preto do Oeste, o número de assaltos a estabelecimentos comerciais e a pessoas e os furtos crescem vertiginosamente. Apesar das constantes operações integradas da Polícia Civil e PM, que identificam e prendem gangues e quadrilhas, as ocorrências voltam a acontecer.


 

De acordo com o capitão PM Bruno Costa, comandante da 3ª Companhia da Polícia Militar, sediada em Ouro Preto, tem sido assim nos últimos anos, e a aproximação da festa anual da feira agropecuária Agri Show Norte e os eventos regionais contribuem com o aumento dos crimes contra a pessoa e o patrimônio. “Nosso município este mês aumentou o número de roubos, eu tenho acompanhado os roubos que têm acontecido nas farmácias, nos postos de combustíveis”, admite.


 

Capitão Costa recorre aos dados de ocorrências registradas entre julho e agosto de 2015, que apontam o período que os crimes se multiplicam na região: “Ano passado aconteceu esse mesmo movimento nesse mesmo período. Quando começam as festas de cavalgada, de exposição, não só aqui em Ouro Preto como nos outros municípios, aumentam o número de crimes de roubos”.


 

O comandante disse que sobre os últimos roubos já ocorreram algumas prisões pela Polícia Militar, embora seja um serviço difícil devido à alta demanda de ocorrências de varias natureza.   

 

Fonte: www.correiocentral.com.br

 

  

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