Correio Central
Voltar Notícia publicada em 22/09/2016

'Que apodreça na cadeia', diz mãe de menina morta pelo pai em MT

Madrasta da menina disse à polícia que Lenilson se irritou depois que a menina fez cocô nas roupas e agrediu a filha. A criança ficou grogue e o pai decidiu dar remédio para a menina que morreu e o corpo foi colocado dentro de uma caixa de papelão.

A mãe da menina de 2 anos encontrada morta no domingo (18) dentro de uma caixa de papelão em uma mata em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá, disse esperar que o ex-namorado, suspeito de envolvimento na morte de Maria Eduarda, “apodreça na cadeia”. Lenilson Barbosa de Souza, de 25 anos, e a madrasta da menina, Katia Cristina de Almeida, de 27, foram presos e confessaram, informalmente o crime, de acordo com a Polícia Civil.


Ana Paula Taveira dos Santos disse que espera que o ex-namorado pague pelo crime. “Eu quero que ele nunca mais saia da cadeia e apodreça lá dentro”, afirmou. Ela e Lenilson namoraram durante três meses antes dela engravidar. Logo depois, o casal se separou e, depois do nascimento, a menina passava os fins de semana com o pai.


Após a prisão, a madrasta da menina disse, em depoimento à polícia, que Lenilson se irritou depois que a menina fez cocô nas roupas e agrediu a filha. Segundo o relato, a criança ficou grogue e o pai decidiu dar remédio para a menina. Ela morreu e o corpo foi colocado dentro de uma caixa de papelão. O G1 não conseguiu contato com os advogados dos suspeitos.


         Pai e madrasta foram presos pela Polícia Civil na cidade Água Boa (Foto: Inácio Roberto/Jornal Interativo)


Antes da morte da filha, ela conta que Lenilson ligou para ela e pediu para passar um tempo maior com a criança. “Ele reclamou que passava pouco tempo com a menina e eu deixei ela ficar na casa dele, em Água Boa”, conta.

 

Durante o tempo em que a filha passou com o pai, Ana Paula diz que tentou diversas vezes conversar com a filha, mas não conseguia. 

 

Lenilson chegou a ligar para a ex-namorada e dizer que a filha havia desaparecido. Ela chegou a acionar a polícia, mas nenhum registro de desaparecimento foi encontrado.


Ana Paula diz que ainda não acredita na morte da filha. A sensação, segundo ela, é de que a menina vai voltar da casa do pai a qualquer momento. “Eu só sei chorar o tempo todo. Às vezes eu paro e fico pensando que ela vai voltar e que tudo vai voltar a ser como antes”, disse.


O corpo da menina, segundo Ana Paula, ainda não foi liberado pelo Instituto Médico Legal para ser sepultado.


O crime


O corpo da menina foi encontrado no domingo (18). No entanto, conforme a polícia, a menina foi morta no dia 7 de setembro. Segundo a delegada Luciana Casaverde, Lenilson e Kátia, morava em Água Boa e foram trabalhar em uma fazenda na região de Paranatinga, a 411 km de Cuiabá.


A madrasta, o pai e a criança ficaram nessa propriedade por aproximadamente um mês, até que se mudaram para a zona urbana de Primavera do Leste.


“No dia 7 de setembro, ela [madrasta] foi ao mercado e, quando retornou, ele [o pai] disse que tinha batido na menina porque ela tinha feito cocô na roupa e na cama. A criança estava grogue e decidiram dar remédio para dores a ela. Deixaram a menina no quarto e durante a noite viram que ela foi a óbito”, declarou a delegada.


O pai e a madrasta não chamaram a polícia e nem procuraram ajuda depois que perceberam que a menina havia morrido.

 

“Desocuparam uma das caixas que usaram para a mudança, colocaram o corpo dentro de um saco plástico e o enrolaram no lençol que a criança dormia. Foram trabalhar novamente em uma fazenda e regressaram depois de dois dias. Perceberam que [a casa] estava exalando um forte odor e decidiram se livrar da caixa [com o corpo]”, relatou Luciana.


De acordo com a delegada, somente no dia 12 de setembro o casal retirou a caixa com o corpo da menina de dentro da residência. Eles deixaram a caixa em uma área verde nos fundos do loteamento onde moravam. O casal ainda limpou a casa, que era alugada, e viajou para Goiânia.


Os dois foram autuados por ocultação de cadáver. A perícia deve identificar a causa da morte.

Fonte: G1 MT


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