Correio Central
Voltar Notícia publicada em 23/04/2024

Mecanização da agricultura: do avanço no campo às feiras altamente tecnológicas

Maquinário agrícola tem papel fundamental no desenvolvimento do País e é a estrela principal da Agrishow, evento de impacto internacional que ocorre entre 29 de abril e 03 de maio em Ribeirão Preto/SP.

Um calendário intenso de feiras pelo País mostra as últimas tecnologias para se usar no campo. De drones e maquinário pesado guiado por satélite a atividades culturais, os eventos agrícolas são também um testemunho da potência mundial da agricultura brasileira. 

Um exemplo disso é a Agrishow, evento que ocorre entre 29 de abril e 03 de maio. Na sua última edição, em 2023, a feira (reconhecida como a maior do setor de tecnologia agrícola na América Latina) reuniu mais de 800 marcas expositoras e mais de 195 mil visitantes em 530.000 m² de área. Olhando esse mega evento pode ser difícil de acreditar, mas há pouco mais de 60 anos a tecnologia no campo era escassa e o Brasil sofria com a carência de alimentos.

Fundamentais para a produção de alimentos, as ferramentas e máquinas acompanharam a evolução das técnicas de plantio e de colheita, trazendo maior eficiência ao setor. Confira abaixo uma linha do tempo da evolução dos maquinários agrícolas e descubra como chegamos até aqui:

Antes de 1950

Modelo de trilhadeira não mecanizada. Item foi restaurado e está em exposição no MEA - Memorial da Evolução Agrícola.
Betina Cesa / Divulgação MEA

Durante 12 mil anos, até meados do século XX, o progresso foi lento. A lavoura usava intensa mão de obra 

e o auxílio de animais. O uso de técnicas tradicionais, como o arado com animais, gerava uma produção  apenas de subsistência e alcance limitado, em propriedades pequenas e fragmentadas e com agricultura 

majoritariamente familiar. 

1950

No Brasil, o avanço no emprego de máquinas em outros setores produtivos refletiu-se no campo a partir de meados do século XX. A mecanização da  lavoura, ao lado do uso de agroquímicos e da pesquisa genética, gerou um grande salto na produtividade e na organização da cadeia produtiva, criando as condições para o surgimento do agronegócio.

1990

A pressão por maior produção e sustentabilidade criou a necessidade de ferramentas que auxiliassem na tomada de decisões, coletando dados como disponibilidade de água e fertilidade do solo. Entra em campo o Sistema de Posicionamento Global por Satélite (GPS), por exemplo. Variações ambientais começaram a ser coletadas e analisadas para um melhor uso de insumos e recursos. 

2015

Ferramentas de automação, monitoramento, integração e conexão com tecnologias diversas permitiram ao agricultor expandir a escala e a velocidade da produção e otimizar a gestão dos negócios. Informações  passaram a ser coletadas e enviadas digitalmente à nuvem de dados para  serem analisadas e permitirem o uso  preciso dos recursos.

Hoje 

Tecnologias de ponta como big data, inteligência artificial, internet 5G, biologia sintética, impressão 3D e 4D e agricultura vertical estão em experimentação ou já em uso efetivo no Brasil. Drones, robôs e tratores autônomos são apenas o começo. O objetivo é tomar decisões cada vez mais informatizadas e com base nas características de cada propriedade rural.

Tecnologia do campo está cada vez mais presente nas cidades. Na foto, um simulador de trator disponível no Memorial da Evolução Agrícola. Felipe Pacheco/MEA.

Atualmente, esses equipamentos têm tecnologia de ponta, permitindo não apenas a colheita rápida, mas também a análise precisa do solo e das condições da cultura. Essas diferentes fases tecnológicas frequentemente se sobrepõem, mas todas melhoram o controle, o monitoramento e a forma de trabalhar no campo, reduzindo custos e aumentando a produtividade.

Recentemente, toda essa história ganhou um lugar para chamar de seu. O MEA - Memorial da Evolução Agrícola, foi inaugurado em dezembro de 2023 e já teve mais de 33 mil visitas e já atendeu mais de 1.700 alunos do ensino fundamental e médio. Localizado em Horizontina, no Noroeste do Rio Grande do Sul, o espaço tem uma exposição de longa duração sobre a evolução da mecanização da agricultura nacional, contada por meio de uma rigorosa pesquisa e apresentada por objetos de acervo, mapas, simuladores e muita tecnologia. 

Para a diretora do espaço, Karina Muniz Viana, narrar a trajetória do setor é honrar o legado de pioneiros, e também pensar no futuro, em alternativas e inovações. “É perceber e reconhecer a agricultura como um processo ancestral e social, que ajuda contar de onde viemos e dar pistas de para onde vamos, com a tecnologia e para além dela”, pontua. 

*As informações deste texto estão presentes na exposição permanente do MEA. 

Sobre o MEA 

MEA - Memorial da Evolução Agrícola é um complexo de arte, cultura, educação, meio ambiente, esporte e lazer. De forma tecnológica e imersiva, o Memorial conta a história da agricultura no País através de uma perspectiva humanizada, com o objetivo de provocar, trocar e produzir conhecimento em prol da sociedade e da diversidade cultural brasileira. 

Além do espaço da exposição de longa duração e das oficinas culturais, o complexo conta com quadras esportivas, academia a céu aberto, café, salas multiuso, playground, loja, espaço para feira ao ar livre, unidade do Senai e Centro de Inovação John Deere Brasil, tornando-se um ambiente de convivência, cultura e educação. 

Idealizado pelo Instituto John Deere e viabilizado pelo Programa Nacional de Apoio a Cultura, do Ministério da Cultura, o MEA tem entre seus patrocinadores empresas como John Deere Brasil e SLC Agrícola. O apoio é da FAHOR - Faculdade de Horizontina e da Prefeitura Municipal de Horizontina. O projeto de arquitetura do complexo foi desenvolvido pela Liberali Arquitetura e o projeto museográfico é assinado pela Straub Design.

Serviço:

MEA - Memorial da Evolução Agrícola. A história de muitos. O futuro de todos. 

Todas as atividades são gratuitas e de classificação livre.

Horário de funcionamento do prédio Memorial: de quarta a domingo, das 9h às 17h. 

Horário de funcionamento da Área externa: de terça a domingo, das 8h às 22h. 

Renata Cardoso - engaje Comunicação 

Fonte: correiocentralro.com.br

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