Eixo do corredor ferroviário Bioceânico Brasil-Peru vai passar por Rondônia
A rota bioceânica, que prevê a ligação ferroviária entre o Porto do Açu (RJ) e Porto Velho (RO), passando por Corinto (MG), Uruaçu (GO) e Lucas do Rio Verde (MT), um dos principais polos do agronegócio do país, deve reduzir custos logísticos e ampliar o comércio com o Chile e a China, em meio à disputa entre Pequim e Washington.
Edmilson Rodrigues
Em meio à crise entre Pequim e Washington de tensões e conflitos, sobretudo na área comercial, a China com sua influência econômica avança na América do Sul e está elaborando um estudo para a implantação do Corredor Bioceânico Brasil-Peru e a construção da Ferrovia Transoceânica, que visa criar uma rota estratégica para o comércio internacional entre os dois oceanos, expandindo o comércio entre a China e a América do Sul. Passa por Rondônia o traçado para a circulação do trem bioceânico entre Brasil, Bolívia e Peru, com a ferrovia chegando ao Pacífico para reduzir o tempo em cerca de 10 dias para os navios que se dirigem da costa brasileira à Ásia.
O trajeto da ferrovia já com 30% do percurso de mais de 4 mil quilômetros começa em Ilhéus, na Bahia, a rota segue por Caetité, corta todo estado de Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, e segue até Chancay, na Província de Huaral, no Peru (a 80 km de Lima) onde a China construiu um megaporto, inaugurado em novembro de 2024.
O porto de Chancay foi inaugurado em novembro de 2024 pelo presidente chinês Xi Jinping. A capacidade anual de movimentação do porto é de 1 milhão de TEUs, 6 milhões de toneladas de carga a granel e 160 mil veículos. O porto tem 1.500 metros de comprimento e quatro berços, sendo dois dedicados a contêineres e dois de uso múltiplo.
Ontem, em Pequim, o presidente Lula durante o Fórum Empresarial Brasil-China, com investidores brasileiros e chineses, falou sobre do projeto de conectar os oceanos Atlântico e Pacifico por meio de cinco rotas de integração e que “as rotas bioceânicas encurtarão a distância entre o Brasil e a China em aproximadamente 10 mil quilômetros”. (imagem: Ricardo Stuckert - PR)
O jornalista Sérgio Quintanilha, editor do Guia de Carro, especialista em carros e automobilismo, revelou nesta segunda-feira em sua coluna no Portal Terra, que as empresas chinesas China Railway Construction Corporation (CRCC) e a China Railway Engineering Corporation (CREC) em duas rotas, a que começa no Porto de Açu, no Rio de Janeiro, segue até Corinto-Minas Gerais, Uruaçu-Goiás, Lucas do Rio Verde-Goiás e de lá até Porto Velho, em Rondônia.
No dia 16 de abril deste ano, uma delegação de engenheiros ferroviários do governo chinês esteve em Ilhéus (BA), para avaliar a situação atual das obras da Ferrovia Integração Leste-Oeste (Fiol), para analisar a viabilidade do Corredor Bioceânico Brasil-Peru. Com o objetivo de analisar a viabilidade de conectar o Porto Sul, no Oceano Atlântico, ao porto peruano de Chancay, no Oceano Pacífico, distante cerca de 80 quilômetros de Lima.
Em abril deste ano, uma delegação de engenheiros ferroviários do governo chinês visitou as obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), em Ilhéus (BA). imagem - Ibl.org
Com esse corredor ferroviário estruturante para transporte de carga no Brasil – de leste a oeste, passando por Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, toda a carga produzida na área central do país seria escoada por essa infraestrutura ferroviária, até chegar ao Porto de Chancay. A Rota Bioceânica deve reduzir custos logísticos e ampliar o comércio com o Chile e a China.
Construir rodovias tem demonstrado ser um grande retrocesso e fracasso para o Brasil, a logística de transportes terrestre custa caro. O Progresso para o Brasil é uma construção de uma ferrovia pra gastar menos e transportar mais produtos. E a China tem o recurso para construir a ferrovia no Brasil.
Com informações Agência Brasil e agências de notícias