Quadra que vale fortuna em Ouro Preto do Oeste (RO), e interessa a rede Irmãos Gonçalves, tem quase 270 sócios patrimoniais
Os Editais publicados até hoje convocando os associados para Assembleia Extraordinária não surtiram efeito desejado. Um último Edital será publicado, e quem não aparecer poderá ficar de fora da partilha da bolada que vale a quadra do antigo Solar Clube.
O Grupo Irmãos Gonçalves, que tem a maior rede de supermercados de Rondônia, e não encontra o terreno ideal para ampliar sua estrutura em Ouro Preto do Oeste, para oferecer à sua clientela um local moderno e atualizado, no molde de um mini shopping, tem mais uma alternativa bem localizada, com acesso fácil, na principal avenida da cidade. Todavia, o caminho demanda vencer um imbróglio difícil, porém solucionável.
A área do extinto Clube Solar pertence a ASSOLAR — Associação para a Cultura o Esporte e Lazer de Ouro Preto do Oeste, fundado há mais de quatro décadas, localizada na avenida Daniel Comboni com a rua Epitácio Pessoa, em desuso há anos, e pertence a servidores públicos que adquiriram Título Patrimonial na década dos anos 80, é negociável e bem localizada, a dimensão do terreno ocupa uma quadra inteira e tem valor de mercado estimado em milhões de reais, porém a cifra não é o problema para a Rede IG.
A reportagem do Jornal Correio Central apurou que há um embaraço judicial a ser vencido, meio similar ao problema que causou a desistência do grupo empresarial pelo terreno da antiga Cibrazem, localizada no começo da Avenida Capitão Silvio Gonçalves de Farias (próximo à marginal da BR-364), cuja previsão de fim do litígio era de até uma década.
O domínio documental jurídico e terminológico do imbróglio da área da Cibrazem é complexo, pois envolve o Município, o Estado e a União, razão pela qual o grupo Irmãos Gonçalves teria desistido de adquirir o terreno.
Já a questão judicial da área do Clube Solar tem previsibilidade de ser resolvida mais rápido, mesmo tendo que o processo conter a anuência de quase três centenas de sócios, a maioria absoluta deles (ou seus herdeiros) não tendo comparecido aos chamados em editais publicados pelos responsáveis pelo espólio do patrimônio do Clube Solar.
Fundado em 1983 pela Associação a área medindo 6.600 m² pertence a aproximadamente 270 sócios fundadores e patrimoniais, muitos em lugar incerto e que precisam ser comunicados da intenção de venda da área, que precisa de aprovação de todos associados.
Até o momento, o número de sócios identitários do patrimônio da área do Clube Solar que apareceram com a publicação dos Editais é minguado, caso o dinheiro do terreno fosse dividido para essa parcela de sócios aptos, cada um poderia comprar, no mínimo, um carro popular novo.
O próximo passo é a publicação de outro Edital, e a partir de então os responsáveis pelo processo vão recorrer à Justiça para obter a autorização de comercialização da quadra do extinto Solar Clube.
Em tempo: ontem, o empresário João Gonçalves (pai) foi flagrado vistoriando a área do clube e uma foto com uma notinha diz que o negócio está praticamente fechado em R$ 7 milhões. Todavia, essa informação não procede. Há especulação sobre ofertas, valor venal do terreno, mas ontem os responsáveis pela condução do processo do Clube Solar estavam em Porto Velho, a visita do empresário foi aleatória.