Evasão hospitalar: popular Cabelinho 'foge' do HEURO em Cacoal
O hospital informou à polícia de Ouro Preto, por medida protocolar. Uma informação chegou à policia que Cabelinho foi visto em Presidente Médici.
Parecia encerrado o episódio lamentável ocorrido está semana em Ouro Preto do Oeste envolvendo o morador em situação de vulnerabilidade Adailton, popularmente conhecido por “Cabelinho” - agredido a cadeirada e socos no último domingo e encaminhado para o hospital de referência em Cacoal, com o agressor William D., um homem com diagnóstico de transtornos mentais que também acabou sendo surrado por três rapazes, e também foi encaminhado para Porto Velho, ao Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, que possui ala psiquiátrica.
A Polícia Civil de Ouro Preto do Oeste, que aguarda o retorno de Cabelinho para realizar exame de corpo de delito, para ser anexado ao relatório final dos procedimentos tomados na apuração dos fatos, foi informada nesta sexta-feira que o paciente Adailton fugiu do leito em que estava hospitalizado no HEURO - Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal.
Morador em situação de vulnerabilidade foi um dos assuntos mais comentados da cidade nesta semana
Em caso dessa natureza, em que o paciente deixa uma unidade de saúde sem que a assistência médica tenha sido concluída, e sem o consentimento do profissional, a direção e o hospital têm que registrar a “Evasão Hospitalar” no prontuário do paciente. E no caso de Cabelinho, a direção do HEURO comunicou a Polícia Civil de Ouro Preto do Oeste.
Como fugiu do hospital, o paciente que tinha hematomas com suspeita de fratura no nariz e área da face, em tese, está bem porque ele se evadiu sem ter alta médica. Todavia, o quadro clínico geral só o hospital tem conhecimento.
O jornal Correio Central entrou em contato com o delegado Niki Locatelli às 17h30 da tarde desta sexta-feira para solicitar informação para a matéria. O delegado disse que a UNISP foi informada que o paciente Cabelinho teria sido visto em Presidente Médici, e que a polícia estava checando essa informação.
O caso envolvendo dois indivíduos que habitam a cidade de Ouro Preto do Oeste, são conhecidos por onde circulam, cada um com sua peculiaridade e demonstração de problema de saúde mental em graus diferentes. Estigmatizados e a discriminação dificulta a vida de ambos, mas a falta de atitude e de estrutura familiar também faz com que essas pessoas não buscam o tratamento adequado.
O morador de rua, que apanhou na rua pela terceira vez, conforme a reportagem apurou com profissionais de assistência social e de saúde do município, já ganhou oportunidade de habitar uma moradia, mas sua escolha é morar nas ruas, tendo como companheiros de madrugada cães que também não tem tutor. O outro, que também tem histórico e é ainda mais estigmatizado, agora está no local que deveria estar há muito tempo, e se continuar poderá ter uma vida controlada e sem sofrer pelas ruas.
A propósito, em relação a informação publicada hoje pela manhã que Adailton Cabelinho foi acolhido pela Casa Rosseta para tratamento, um representante da entidade confirmou que ele esteve internado na Casa Família Rosseta “mas não chegou a concluir o tratamento”.