Capital de Rondônia e distritos têm madrugada infernal; 9 ônibus são incendiados em União bandeirantes
Duas escolas municipais dos distritos de Porto Velho tiveram os veículos públicos de transporte escolar incendiados, a ação terrorista vai prejudicar o ano letivo nas duas localidades.
A população da cidade de Porto Velho amanhece sem transporte coletivo na manhã desta quarta-feira (15) em razão dos novos ataques e incêndio de ônibus de empresas que operam na cidade, até uma radiopatrulha da Polícia Militar e um posto de combustíveis foram alto de ações criminosas segundo informa esta manhã o jornal Rondoniagora, um dos principais informativos da capital de Rondônia.
O Ministério da Justiça anunciou na noite de ontem o envio a Rondônia de um efetivo da Força Nacional para auxiliar os órgãos de segurança pública estaduais para conter os ataques criminosos no estado, mas o anúncio não intimidou os autores do levante declarado contra o Estado.
A reportagem do jornal Correio Central recebeu no fim da madrugada dois vídeos de União Bandeirantes com relatos da madrugada infernal vivida pelos moradores da localidade. Criminosos invadiram a Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio 03 de Dezembro e incendiaram nove dos 13 ônibus escolares estacionados no pátio da instituição. Apenas quatro ônibus foram salvos porque foram retirados a tempo.
No distrito de Jaci-Paraná, a Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio sofreu um atentado na madrugada e vários ônibus escolares foram incendiados.
Ontem, a Agência Brasil, noticiou que os ataques orquestrados a ônibus vêm alarmando a população de Porto Velho. A cidade amanheceu sem transporte público na terça-feira (14). Temendo pela integridade de motoristas, cobradores e dos usuários, rodoviários decidiram recolher os ônibus logo nas primeiras horas da manhã. Pouco depois, o prefeito da capital rondoniense, Léo Moraes, pediu ao governo estadual que reforce a segurança pública na cidade a fim de garantir a ordem e o funcionamento do transporte público.
No ofício que enviou hoje ao governador Marcos Rocha e ao secretário estadual da Segurança, Defesa e Cidadania, Felipe Bernardo Vital, o prefeito atribui a “recente onda de ataques” a facções criminosas. Ao menos três ônibus foram incendiados em Porto Velho, além de um ônibus e um caminhão em Mirante da Serra, município a cerca de 390 quilômetros da capital.
De acordo com autoridades locais, os ataques e as ameaças a trabalhadores são uma reação à Operação Aliança Pela Vida, Moradia Segura, cuja primeira fase foi deflagrada no fim de 2024. Concentrada em conjuntos habitacionais que, segundo a Polícia Militar (PM), são dominados por organizações criminosas, a operação já resultou na retomada de cerca de 70 apartamentos invadidos por bandidos que expulsaram os moradores, bem como na apreensão de drogas e armas.
“A facção [criminosa] obtém lucro não apenas com a venda de drogas, mas também com roubos e com venda e aluguéis desses imóveis”, afirma o comandante do 9º Batalhão, tenente-coronel Ewerson Pontes, em nota divulgada pela PM.
Na noite do último domingo (12), poucos dias após a PM deflagrar a primeira fase da operação, criminosos mataram a tiros o cabo Fábio Martins, do Batalhão de Polícia Ambiental. Já no dia seguinte, a corporação deflagrou a segunda fase da Operação Aliança Pela Vida, Moradia Segura, desta vez no conjunto habitacional Orgulho do Madeira. A própria PM reconheceu, em nota, que mobilizou mais de 200 policiais em uma “resposta enérgica do Estado ao crime que vitimou o cabo Fábio Martins”.
“É uma determinação do governador que ações enérgicas sejam adotadas e é o que estamos fazendo”, declarou o coronel Agleydson Cavalcante, assegurando que, apesar da ênfase no residencial Orgulho do Madeira, onde cerca de 15 mil pessoas moram em apartamentos construídos pelo governo estadual, com o aporte de recursos federais. A PM montou bloqueios nas duas principais vias de acesso ao condomínio e está abordando quem entra e sai, além de realizar buscas em blocos habitacionais.