Em Ouro Preto (RO) homem é salvo por uma câmera de ser preso por violência doméstica
A PM foi acionada para atender uma ocorrência de violência doméstica, um casal foi detido e a mulher alegou ter apanhado do marido. O desfecho do caso impressionou os policias envolvidos no episódio.
A harmonia familiar e a compreensão mútua são dois pilares que sustentam uma família, e quando o laço que alicerça o equilíbrio do segundo pilar se rompe não adianta se queixar depois e pôr a culpa nos vizinhos.
Em Ouro Preto do Oeste, um casal foi parar na Delegacia de Polícia e ambos conheceram a cela dedicada a indivíduos sob custódia da Polícia Judiciária, em um episódio que joga uma ‘fumaça negra’ na luta diária das autoridades policiais e, de toda uma rede de apoio, contra a violência contra as mulheres no Brasil.
A Polícia Militar foi acionada em uma residência no Bairro Liberdade sob a denúncia de que havia uma ocorrência de violência doméstica em andamento, e a resposta da Corporação teve a brevidade habitual que casos de litígio familiar requerem.
Constatado que havia uma situação delicada, e desentendimento, e pelo fato de que a mulher teria alegado que foi agredida pelo seu companheiro, ambos foram encaminhados pela PM para a Delegacia Civil na UNISP, para serem apresentados ao delegado plantonista. Como o homem foi denunciado, ele foi colocado na cela comum que existe dentro da UNISP, e a mulher que declarou ter sido agredida ficou à espera do desfecho do caso.
Durante o depoimento do suposto agressor ele comunicou que havia câmeras de monitoramento na residência, imagens poderiam comprovar que ele era inocente, e repetiu que não havia batido em sua companheira.
O delegado de plantão acionou uma equipe do Serviço de Investigação e Captura (Sevic) para certificar a existência das câmeras e coletar imagens para chegar à veracidade dos fatos.
De posse de imagens do momento que o casal teria atingido o ápice, e acalorado uma possível discussão, seguido da suposta agressão, os policiais assistiram tudo ao contrário: o homem escorado em uma bancada, bem disposto (de vestes), sendo estapeado pela companheira, aos gritos.
Quando a denunciante foi comunicada que sua denúncia era falsa, e que na verdade ela era a agressora, a mulher que até então vítima passou a acusada e novamente teria ficado alterada, e nesse momento marido e mulher trocaram de posição na cela de espera.
O desfecho da ocorrência: ao analisar o fato o delegado não encontrou embasamento para flagrantear a mulher por falsa comunicação de violência doméstica, e pelo crime praticado, pelo fato de que não foi ela a denunciante. A PM foi acionada por denúncia anônima.
Ao final, após todo o trabalho empregado pela Polícia Militar e pela Polícia Civil, o casal foi liberado. O delegado Niki Locatelli, titular da 1ª Delegacia Civil no município, comunicou que as investigações seguem para apurar mais detalhes sobre os fatos relatados na ocorrência.