Conflito no campo: PM chega a outro local em Mirante da Serra onde homem foi espancado por seis encapuzados; VEJA VÍDEO
Foram dois ataques coordenados, no registro policial consta que os principais suspeitos de terem ordenado a ação criminosa são dois fazendeiros e empresários de Ji-Paraná, identificados como antigos proprietários da terra ocupada pela vítima.
A Polícia Militar de Mirante da Serra conseguiu chegar ao local na área do Assentamento Padre Ezequiel 2 na Linha C40, de acesso ao município de Urupá, após o Rio Azul, aonde seis homens encapuzados praticaram barbáries na manhã de quarta-feira. O outro ataque, ocorreu na gleba 08 da Linha 47, sentido ao município de Nova União.
De acordo com registro da Polícia Militar, seis indivíduos encapuzados, portando espingardas calibre 12 e pistolas, praticaram os crimes de roubo majorado pelo emprego de arma e concurso de pessoas (art. 157, §2º, II e V, do Código Penal), sequestro e cárcere privado (art. 148 do Código Penal), lesão corporal (art. 129 do Código Penal) e dano qualificado pelo emprego de substância inflamável (art. 163, parágrafo único, I, do Código Penal), em prejuízo de Belmiro, uma das vítimas, em sua propriedade rural.
Conforme relatos da vítima, os seis agressores chegaram ao local encapuzados e imediatamente passaram a agredi-lo fisicamente, utilizando coronhadas e golpes com facão.
Durante a ação, um dos criminosos apontou uma arma de fogo contra a cabeça da vítima, exigindo que esta desbloqueasse seu aparelho celular e o entregasse o documento de uma motocicleta Bros estava junto com o celular. Além disso roubaram um moto serra Sthil, foi informado que, no momento da agressão, havia um segundo indivíduo no local, o qual também foi rendido e amarrado junto à vítima, ambos posicionados de costas um para o outro, próximos a um coqueiro. No entanto, essa segunda vítima não quis registrar a ocorrência, temendo represálias, e deixou o local assim que foi libertada.
Após obterem os objetos subtraídos, os agressores atearam fogo em um barraco pertencente à vítima, que foi completamente consumido pelas chamas. No interior da construção havia uma motocicleta Honda Biz, cuja destruição pelo incêndio impossibilitou a identificação da placa, havia também, motosserra, colchões, diversas ferramentas de trabalho, alimentos, fogão, panelas e demais utensílios domésticos.
Consumados os atos criminosos, os infratores evadiram-se do local, deixando as vítimas amarradas e sem qualquer possibilidade de fuga. As vítimas permaneceram nessa condição de privação de liberdade por aproximadamente quatro horas, desde as 11h até por volta das 15h, momento em que terceiros chegaram ao local e o encontraram ainda amarrado junto ao segundo indivíduo, próximo ao coqueiro. Após prestarem socorro e libertá-lo, conduziram-no ao hospital, onde recebeu atendimento médico em razão das agressões sofridas, que causaram lesões por todo o corpo, incluindo a face.
Durante as agressões, os autores exigiam que a vítima deixasse a propriedade, afirmando que “ele deveria sair dali” e que “a terra não era dele”. Diante dessas circunstâncias, segundo a polícia, as investigações preliminares indicam que a motivação do crime possivelmente está relacionada a um conflito agrário, sendo que os principais suspeitos de terem ordenado a ação criminosa são dois fazendeiros e empresários de Ji-Paraná, identificados como antigos proprietários da terra ocupada pela vítima.
A Polícia Civil foi acionada e, em contato com o delegado responsável, este informou que uma guarnição da corporação se deslocaria até o local para realizar diligências, porém não foram informando posteriormente que só iriam no local no dia posterior.
A perícia técnica também foi acionada, porém devido à dificuldade de acesso a perita responsável pela equipe da Politec, informou que não conseguiu chegar ao local do fato, retornando para Ji Paraná, sem conseguir fazer a perícia.
Após coletar os dados da vítima, a guarnição deslocou-se até o local dos fatos, onde realizou diligências e patrulhamento na região, caminhando aproximadamente mil metros pelo pasto e mata a dentro, pois carro não chega no local do ocorrido, local exato do crime, onde fotografou, filmou e constatou a veracidade dos fato, permanecendo ali em diligências até as 21h00.
Para a realização dessa ação, a guarnição contou com o apoio da Polícia Militar da cidade de Nova União, que prestou suporte no deslocamento e nas atividades de patrulhamento na área.
A atuação da Polícia Militar possibilitou o atendimento imediato à vítima, a preservação do local para perícia (no entanto a perícia não conseguiu comparecer), contribuindo para o restabelecimento da ordem pública e a busca pela responsabilização dos autores.