Há 3 anos, Laryssa Victória foi assassinada em Ouro Preto do Oeste com extrema perversidade
Ela estava no 3º ano do ensino médio e estaria hoje com 20 anos de idade; seu sonho era ser advogada, e sua vida foi ceifada por um assistente social e politiqueiro de Ouro Preto do Oeste.
Nesta quarta-feira (19) completam 3 anos um dos crimes mais bárbaros praticado com extrema perversidade contra uma adolescente em Rondônia. Em 18 de março de 2022, na cidade de Ouro Preto do Oeste, a adolescente Laryssa Victória Pereira Rossato, então com 17 anos, saiu de casa para ir a uma conveniência com amigas e nunca mais voltou para casa.
No dia 19, o pintor Carlos Aparecido Rossato, o “Carlão”, pai da garota, procurou pela filha, a cidade e a polícia foram mobilizadas, porém após um cerco da polícia em uma casa no residencial Colina Park, o corpo de Laryssa foi localizado no domingo em uma cova rasa no quintal da moradia do assistente social Ronaldo dos Santos Lira, vulgo “Fronteira”.
VÍDEO - Últimas cenas de Laryssa cambaleando e sendo conduzida pelo assassino Fronteira rumo ao Colina Park
O facínora também praticou todos os atos bestiais que seu instinto demoníaco desejou, inclusive estupro com coito, e confidenciou em detalhes à polícia as torturas e barbaridades as quais submeteu Laryssa; ele deixou claro que o prazer maior que teve foi sentir o sofrimento da garota sob seu domínio até ela morrer.
Uma faca foi retirada de um cano de fossa da casa de Ronaldo por uma corda com imã na ponta por agentes da polícia que descobriram o corpo enterrado, e o colchão e pertences da vítima queimados no quintal. Ronaldo aplicou 22 facadas em Laryssa, segundo o laudo necroscópico.
Preso desde março de 2022, condenado em outubro de 2023 a 34 anos de prisão, Ronaldo dos Santos cumpre pena na Casa de Detenção de Ouro Preto do Oeste no Pavilhão C, denominado como “seguro”, junto a criminosos que praticaram crime similar ao dele (feminicídio, estupro, abuso sexual, violência doméstica).
Ronaldo foi condenado pelo homicídio com os agravantes de ocultação de cadáver (1 ano e 6 meses), estupro (10 anos), fraude processual (6 meses). A polícia encontrou vídeos e imagens de pedofilia em um notebook do réu, apreendido em sua casa, e ele pegou mais 1 ano e 9 meses por armazenar pornografia infantil.
DESEJO DE MATAR
O delegado Niki Locatelli, titular da 1ª Delegacia de Polícia em Ouro Preto do Oeste, que conduziu o inquérito da morte de Laryssa, destaca que essa foi a investigação mais complexa que ele já conduziu: “Esse caso da Laryssa, foi um dos mais desgastantes que eu trabalhei, não só pela idade da vítima, mas principalmente pela crueldade e motivação do crime. É um caso que deu bastante trabalho, muitas pericias e uma oitiva detalhada do assassino com mais de oito páginas, foram quatro horas de interrogatório. Realmente um caso que ficou marcado na minha carreira e também na cidade de Ouro Preto do Oeste”.
Em 2016, Ronaldo se candidatou a vereador e obteve 160 votos e em 2018 candidatou-se a deputado estadual por Ouro Preto do Oeste. Em 2020, Ronaldo ingressou no PSD para liderar a juventude social democrata na cidade. De abril a dezembro do mesmo ano, Ronaldo ocupou a chefia do Posto de Saúde do Bairro Boa Esperança, por indicação de um político do município.
CONDENAÇÃO
A justiça pelo crime cruel e covarde praticado contra a adolescente Laryssa Victória foi feita, o desaforamento do julgamento do Fórum de Ouro Preto do Oeste, para a Comarca da cidade de Ji-Paraná, não modificou o curso do trabalho inicialmente realizado pela Polícia Judiciária, representada pela Delegacia de Polícia e o empenho do Ministério Público visando à condenação do réu.
O Júri Popular foi realizado no Fórum Desembargador Sérgio Alberto Nogueira de Lima, em Ji-Paraná, só terminou na madrugada desta sexta-feira, e a sentença foi lida pelo juiz de direito Valdecir Ramos, presidente do Tribunal do Júri, que teve promotor de Justiça Pedro Wagner Almeida Pereira, representando o Ministério Público, que é o autor da ação penal pública, e como assistente de acusação o advogado Marcelo Martini.
O réu confesso Ronaldo dos Santos Lira, vulgo “Fronteira”, foi condenado a 34 anos de prisão, as penas unificadas passaram de 30 anos, o condenado praticou mais de dois crimes, terá ainda que cumprir mais um ano de detenção e o pagamento de 22 dias-multa, após cumprida a reclusão.
As penas foram unificadas pelo Conselho de Sentença que acatou todas as denúncias elencadas contra o réu: Feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. A sentença foi lida pelo juiz Valdecir Ramos: “Desta forma, tendo em vista a decisão do Tribunal do Júri, JULGO PROCEDENTE a pretensão punitiva estatal para CONDENAR o acusado RONALDO DOS SANTOS LIRA, já qualificado, como incurso nas penas dos artigos 121, §2º, incisos III, IV e VI, este último combinado com o §2º-A, inciso II, do Código Penal, artigo 211, artigo 213, §1º e no artigo 347, todos do Código Penal.
“Considerando na espécie a ocorrência do chamado concurso material de crimes, fixo-lhe uma pena no total de 34 (trinta e quatro) anos de reclusão e 01 (um) ano de detenção e pagamento de 22 (vinte e dois) dias-multa, a qual torno definitiva, devendo ser cumprida primeira a de reclusão”.
Vale destacar que, o artigo 75 do Código Penal Brasileiro fixava limite máximo de cumprimento das penas privativas de liberdade – 30 anos, foi alterado para 40 anos pelo Pacote Anticrime.